Seu crespo está ressecado? Umectação é a solução!

Seu crespo anda ressecado, sem brilho e maciez? Os cabelos crespos e cacheados são naturalmente mais secos do que os lisos, porque a oleosidade produzida no couro cabeludo não consegue chegar até as pontas com facilidade, afinal, o caminho é longo (risos). Daí a importância da aplicação de óleos naturais e manteigas vegetais, em um processo que é chamado de umectação (humectação em outros países de língua portuguesa), mas também é conhecido como banho de óleo.

Os cabelos crespos são naturalmente mais secos e precisam de um cuidado especial. Imagem da internet.

Os cabelos crespos são naturalmente mais secos e precisam de um cuidado especial. Imagem da internet.

A palavra umectar tem origem latina e significa “umedecer, molhar, diluir”. O processo consiste em enluvar os fios capilares com óleo em todo o comprimento do cabelo, com massagens do couro cabeludo até as pontas. Essa é uma prática milenar entre as indianas e é conhecida como “método champi”, que é passada da mãe para filhas. Elas aplicam óleos e fazem massagens no couro cabeludo, que além de manter a oleosidade natural dos fios, ajuda também no crescimento dos cabelos.

“O óleo quando aplicado na cabeça é absorvido pelas raízes do cabelo, as quais por sua estão conectadas às fibras nervosas levando diretamente ao cérebro. O óleo fortalece o cabelo e reduz o ressecamento – que é responsável pelos cabelos quebradiços e problemas no couro cabeludo”, explica Om Shanti em seu livro “Massagem Ayurvédica (2011)”.

É preciso ter um cuidado especial na escolha do óleo para a umectação. A indicação são óleos de origem vegetal e natural, sem silicones e óleos minerais. Cuidados com aqueles óleos coloridos (e cheirosos) que são vendidos em farmácias, não são indicados! Compre somente em um lugar confiável,em casas de produtos naturais ou em estabelecimentos indicados por alguém que já testou ou então, faça você mesma (receita de óleo de coco virgem). Você pode escolher óleo de côco, abacate, cenoura, argan ou até mesmo o azeite de oliva extra virgem, utilizado na culinária.

Função dos óleos capilares

Os óleos aplicados na umectação devem ser vegetais e 100% naturais. Imagem da internet

Os óleos aplicados na umectação devem ser vegetais e 100% naturais. Imagem da internet

Existe ainda uma função para cada óleo nos cabelos e uma diferença entre óleos penetrantes e não penetrantes. De acordo com o Journal of Cosmetic Science, os óleos penetrantes são capazes penetrar no interior da haste do cabelo, por ter “uma elevada afinidade para proteínas do cabelo e por causa do seu baixo peso molecular”. A citar o óleo de coco, “mais eficaz para a umectação, por suas características de penetração e adesão às fibras capilares”, assim como o óleo de abacate e o azeite de oliva.

Óleos não penetrantes “não são capazes de penetrar os fios, mas ajudam a evitar o atrito em excesso de um fio com o outro, para que eles assim não se quebrem” e alem disso podem ter outras funções benéficas ao cabelo. Apresento abaixo a função de cada óleo nos cabelos.

Como fazer a umectação (ou banho de óleo)

A aplicação do óleo pode ser feita no cabelo sujo, antes do uso do xampu, desta forma o fio é protegido. Você aplica um pouco na mão e diretamente no couro cabeludo, fazendo massagens circulares com a ponta dos dedos (nunca com as unhas) em posições iguais por cerca de 10 minutos. A massagem deve ser feita em todo o couro cabeludo, depois deve ser estendida no resto do cabelo enluvando os fios, com o tempo e quantidade de óleo de julgar necessário.

Para que o óleo possa penetrar e realmente fazer efeito, é preciso que ele fique por um bom tempo nos cabelos. Você pode fazer a aplicação e dormir com o óleo no cabelo (com uma touca) ou então deixá-lo durante o dia, por no mínimo duas horas. Logo em seguida pode lavá-lo com o xampu e condicionador – como de costume.

A umectação também pode ser feita junto com a hidratação. Em uma vasilha separada, para cada colher de sopa (rasa) da máscara hidratante que você usar, aplique uma colher de sopa rasa de óleo. Misture e aplique nos cabelos (não esqueça de massagear) e enluvar – após lavá-lo com xampu – e deixe agir de 20 a 40 minutos. As dicas citadas acima têm como base a minha experiência com umectação.

Existem pessoas que fazem a umectação também com o cabelo úmido. O ideal é que você teste e encontre sua melhor experiência. Para um melhor resultado, o indicado é que você aqueça um pouco o óleo em banho maria, assim ajuda a abrir as cutículas e os nutrientes penetram mais facilmente.

Não esqueça que o princípio básico da umectação é a massagem capilar, que pode ser feita por outra pessoa (que deve ser maravilhoso) ou você mesma (se não tiver jeito! Risos). Veja abaixo um vídeo indiano que ensina como fazer a massagem ayurvédica no couro cabeludo:

A umectação pode ser aplicada em todos os tipos de cabelo, até os oleosos, porém com intensidade maior nas pontas. Como as meninas sempre perguntam o que eu uso, vou trazer em breve uma resenha de um óleo que uso para umectação que meu crespo adorou!

Veja abaixo a lista de óleos e como ele age em cada cabelo:

Óleo de abacate: Tem vitaminas que seu cabelo precisa, A,E,D e potássio e um alto teor de proteína. Leve e nutritivo para os cabelos, pode ser usado se você quiser um tratamento condicionador super profundo.

Òleo de Amêndoas: Serve para nutrição do cabelo, é facilmente absorvido pelo couro cabeludo.

Óleo de Andiroba: Cicatrizante e repelente. Deixa o cabelo sedoso e brilhoso.

Óleo de Argan: Hidrata, nutre, fortalece o cabelo, repara danificações e restaura o brilho.

Óleo de Babaçu: Penetra com rapidez pelos poros da pele, facilitanto a entrada de óleos essenciais e outros bioativos.

Óleo de Buriti: O Buriti contém a maior quantidade de Vitamina A natural dentre todos os frutos e vegetais já descobertos. Também é rico em vitamina E, C e antioxidantes. Hidrata, dá brilho, fortifica, amacia e alisa os cabelos.

Óleo de Cártamo: Ajuda a hidratar, nutrir e reestruturar o cabelo.

Óleo de cenoura: É rico em beta-caroteno, vitaminas A e E e provitamina A, equilibra a umidade da pele e hidrata os cabelos.

Óleo de côco: Excelente condicionador e também forcene as proteínas essenciais necessárias para o cabelo danificado, nutrindo e amaciando, além de melhorar as condições do couro cabeludo. Altamente recomendável para cabelos afro.

Óleo de Copaíba: Sua resina possui atividade emoliente anti-bacteriana e anti-inflamatória. Protege a cor dos cabelos tingidos, é emoliente e condicionador.

Óleo de Girassol: Evita o ressecamento do cabelo e as pontas duplas, hidrata, amacia e dá brilho.

Óleo de Jojoba: Grande aliado para o crescimento capilar, é ótimo para todos os tipos de cabelo e tem a capacidade de inibir a atividade em excesso de glândulas sebáceas, tornando a escolha perfeita para pessoas com couro cabeludo oleoso que ainda precisam de condicionamento.

Óleo de Linhaça: Hidratante, fortificante, dá brilho e diminui o frizz.

Óleo de Maracujá: É importante para manter o teor hídrico-lipídio da pele.

Óleo de Macadâmia: Age como anti-inflamatório natural, é viscoso e um ótimo hidratante capilar.

Óleo de Oliva Extra Virgem: Ótimo condicionador e controlador de caspa. O azeite contém antioxidantes, que mantém o couro cabeludo saudável. Fortalece e suaviza as cutículas do cabelo.

Óleo de Pracaxi: Controla a caspa e queda do cabelo. Promove ação condicionante ao cabelo úmido e seco, melhora a penteabilidade do cabelo e aumenta o brilho do cabelo seco.

Óleo de Palma ou Dendê: Rico em vitaminas A e E, seu teor de umidade proporciona hidratação profunda ao cabelo. Contém lipídios e gorduras saturadas que alimentam o eixo do cabelo, eliminando a secura. Não é recomendável para cabelos claro.

Óleo de Pequi: Rico em vitaminas A, C e E, em sais minerais, possui ação regeneradora da pele e dos cabelos danificados, nutrindo e hidratando.

Óleo de Rícino/Mamona: Óleo vegetal obtido a partir da mamona. Age como umectante, atraindo e retendo umidade para os cabelos.

Óleo de Semente de Uva: Óleo leve, com alto teor de vitaminas e minerais, contém vitamina E e esteroides e é um ótimo hidratante.

Fonte: Clube do Cabelo e Cia

Beijos encrespados,

lorena_morais_encrespando

O xampu é prejudicial ao cabelo?

Dia de lavar nosso crespo. Preparamos todo um ritual para deixar as madeixas lindas e bem limpas. Primeiro passo: o xampu. Geralmente aplicamos duas vezes e dizemos que os cabelos estão limpos após ver muita espuma.

Os xampus que usamos no dia-a-dia são compostos por uma substância chamada sulfato, que é responsável pela espuma e limpeza dos fios. O sulfato é um ingrediente sintético – conhecido como SLS (sódio lauril sulfato) -, baseado no enxofre e derivados de petróleo. Sua função é diminuir a tensão da água, para que o produto seja espalhado e a espuma produzida. Além de ser responsável pela limpeza dos fios, o sulfato pode ser prejudicial a fibra capilar, pois danifica a estrutura da célula e faz o cabelo ficar quebradiço e ressecado. Quem nunca percebeu isso após lavar o cabelo? Observou como os fios ficam bem ásperos?

O xampu e prejudicial ao cabelo - Encrespando

A fricção do couro cabelo provoca danos à cutícula. Foto: Google

Testes feitos pela equipe da química Inés Joekes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, mostraram que xampus funcionam para limpar os cabelos e  é o responsável também por remover pequenas partes do próprio fio, “contribuindo para produzir danos microscópicos em sua estrutura, alterar a cor e torná-lo mais quebradiço, em especial nas pontas”, como comprova as a pesquisadora Inés e a química Carla Sacanavez. Os testes realizados mostraram que o uso contínuo do xampu, secador e chapinha eliminou as cutículas e “afetou também o córtex, região interna do fio que concentra 80% da queratina do cabelo”.

Outro fato importante a ser observado é que a fricção feita na lavagem é responsável por 90% de danos da cutícula, que aumenta com a elevação da temperatura da água. O primeiro sinal deste desgaste é visível a olho nu e afeta muito os fios capilares das mulheres: a ponta dupla.

E qual a solução, deixar de lavar os cabelos? A pesquisadora Inés aconselha que o ideal é lavar a cabeça o menor número de vezes durante a semana, quando você percebe que o cabelo está sujo e precisa ser lavado. Ao lavá-lo, tente friccionar menos possível os fios capilares e use produtos que danifiquem menos a lavagem, como os xampus sem sulfatos, que já estão disponíveis no mercado.

O condicionador ajuda a amenizar a ação nociva do xampu, preechendo as “cavidades abertas na superfície e no córtex do cabelo” e fechando as cutículas, “aumentando a capacidade dos fios de refletirem a luz – razão por que parecem mais brilhantes”, além de deixar os fios mais homogêneos aponta os testes. A matéria completa sobre a pesquisa você pode encontrar clicando aqui, lá você vai encontrar estudos que apontam também os danos do uso do alisamento.

No Poo e Low Poo

Para nós, mulheres e homens com cabelos crespos e cacheados, o dano causado pelo o uso do xampu é ainda maior, afinal nosso cabelo é naturalmente mais seco. A técnica No Poo, iniciada nos Estados Unidos, vem ganhando força no Brasil e sendo utilizado principalmente pelas mulheres de cabelo afro. No Poo é a não utilização de xampus e o uso de condicionadores sem silicone e óleo mineral. Existe também a técnica Low-Poo, para quem ainda não conseguiu eliminar o xampu e utiliza o produto uma vez por semana ou a cada 15 dias. Existe ainda produtos sem sulfato que podem ser utilizados na limpeza dos fios capilares.

Diamila-Santos

“O xampu deixa meu cabelo áspero e difícil de pentear”, diz Diamila.

Diamila Santos adota a técnica Low-Poo a três meses e a cada três lavagens ela utiliza o xampu e  compara as mudanças. “Quando eu lavo com xampu meu cabelo fica muito ressecado e difícil de pentear. Ao lavar sem xampu ele fica mais sedoso, mesmo quando não uso o creme de pentear”, diz. Ela adotou também o uso do xampu sem sal, que deixa os fios menos ressecados, pois exclui de sua fórmula o cloreto de sódio (NaCl) – na verdade existe, mas em quantidades mínimas. Veja a explicação da dermatologista Maria Fernanda Gavazzoni (clique aqui) a respeito dos xampus sem sal, achei muito interessante.

Pensando também nos cuidados com o cabelo, a farmacêutica Monaliza Soares tem sua própria linha de cosméticos (Ewé), criados em escala artesanal, que tem em seu princípio o uso de produtos naturais. Ela não usa xampu sem sulfato a cerca de um ano, junto com eliminação também de produtos que têm em sua fórmula derivados do petróleo, com vaselina e óleo mineral. “Meu cabelo é muito melhor. Não só mais bonito, como mais saudável. Mais macio, brilhante, com os cachos bem definidos e a cor uniforme também”, diz Monaliza.

Aqui no Brasil ainda é um pouco difícil encontrar produtos em grande escala que não tenham estes produtos em sua fórmula, mas a indústria de cosméticos tem investido cada vez mais. Para quem se interessou, apresento abaixo uma lista de xampus sem sulfato que está disponível no mercado. No próximo tema falarei sobre a combinação do xampu sem sulfato com condicionadores, máscaras e cremes sem silicone e outros produtos derivados do petróleo.

Lista de xampus liberados para No Poo e Low Poo

o xampu e prejudicial ao cabelo - encrespando - lorena morais

A indústria de cosméticos industriais já apresenta uma série de xampus sem sulfato. Foto: Google

*Amend Eco Therapy Para Cabelos Tingidos

*BIOKAP -Uso Freqüente

*Burt’s Bees – More Moisture Raspberry & Brazil Nut

*CURLS – Curls Cleansing Cream

*Charis -Shampoo Violet – Desamarelador

*Bio Extratus Comésticos Naturais Pós Progressiva (Argan/Òleo de Cártamo/Queratina Vegetal)

*Bio Extratus Botica Algas Marinhas/Oliva Cabelos Quebradiços

*Devacurl -Low Poo -Shampoo com baixa quantidade de detergente

*Devacurl – No Poo – Não-shampoo, limpador sem adição de detergentes

*Éh Orgânico –  anti-oxidante- Pré-xampu esfoliante

*Gosta Dourada – Gel Esfoliantes Pré-Shampoo

*Grandha – Vector Force

*Haskell – Banho de Gelo – Máscara de Hortelã

*Hidraderm – sabonete vegetal em barra nas versões Erva Doce e Neutro (Farmax)

*Hydrogen – Sabonete com hidratante disney baby

*Kérastase – Balsamo Lavante Chroma Sensitive

*L’oreal profissional-Riche Macadamia- Absolut Repair Cellular Shampoo Creme

*Modern Organic Products – C-System C-Curl Curl Enhancing

*Multivegetal – Cabelos escuros

*Natura – Mamãe Bebê (shampoo e sabonete vegetal)

*Petal Fresh Organics – Rosemary shampoo volumizing

*Ikove – Amazonian Cupuaçu butter – Amazonian Acerola- Amazonian Açai berry- Amazonian Jaborandi- Amazonian Avocado e Acerola

*Jessicurl –  Gentle Lather

*Johnsons Baby -Sabonete Glicerinado

*Kérastase Balsamo Lavante Chroma Sensitive

*Kert – Shampoo tonalizante Revive Color Silver

*Matrix – Delicate Care – Color Care Thérapie [Silicone Free]

*Sachê Collor – Silver extreme

*SCHWARZKOPF Bonacure -Color Save Tratamento Intensivo Protetor da Cor

*SENSCIENCE – True Hue

*Sephora  – Ojon Restorative Hair Treatment

*Surya- Linha ‘Amazônia Preciosa’- Sapien Men

*Ternurinha Bebê – Sabonete (rosa)

*Tigi – linha bed head – Foxy Curls

*Waii-Monoi (cabelos secos ou indisciplinados)-Neem  (Cabelos Tingidos ou Porosos)

*Weleda Baby Calendula Shampoo and Body Wash 200ml

*Bioderm – Shampoo OroArgan

Fonte: Cacheado Básico

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Como cuidar do cabelo crespo no verão?

O verão está na porta, mas para a maioria dos baianos ele já chegou, porque o calor está de matar (risos)!  Esta época do ano exige um cuidado maior com a pele e o corpo.  Bastante líquido, proteção solar, alimentação rica em frutas e nutrientes.  Mas…e os cabelos?

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Os cuidados com o crespo intensificam com a chegada do verão.
Imagem retirada da internet.

Os cabelos também são uma peça importante para um cuidado primordial neste verão. E os cabelos crespos merecem uma atenção especial. Isto porque eles têm tendência ao ressecamento e fragilidade dos fios. Com este calor, exposição solar e contato com o cloro da piscina e sal do mar tendem a ficar muito mais frágeis e opacos.

Dá para curtir o verão e ainda manter seu crespo bem cuidado, só depende de você. Por isso criei uma lista de dez dicas para o cuidado especial com seu crespo:

1. Após o banho de mar ou piscina, corra para uma ducha de água doce para retirar o excesso do sal e cloro. Se no lugar que for não tiver água doce, leve uma garrafinha na sacola e deixe o cabelo secar;

2. Ao ir a praia ou piscina, não deixe de levar na bolsa um creme para pentear ou leave-in com protetor solar;

3. Se seu crespo é tingido, evite o contato com o cloro da piscina, principalmente se for descolorido ou loiro, afinal este contato deixa os fios esverdeados. Mas se não teve jeito e aconteceu isto, uma dica é lavar os cabelos com água abundante e aplicar uma colher de vinagre em um copo de água, indica o dermatologista Adilson Costa;

4. O uso do chapéu é importante para proteger os fios. Prefira sempre usar com os cabelos secos, pois o uso nos cabelos molhados e úmidos ajuda na proliferação de bactérias e fungos. O mesmo acontece quando você prende o cabelo molhado. É indicado também o uso de chapéus de palha sintética, que não danificam os fios. Este também é o momento ideal para abusar nos turbantes;

5. Sol também faz bem para o couro cabeludo, portanto aproveite os momentos de menor intensidade do sol para tomar aquele banho solar nos seu crespo;

6. Após o banho de sol, mar e piscina, invista na hidratação capilar e umectação dos fios. Abuse em óleos como os de cenoura, abacate, coco etc;

7. Beber água e bastante líquido também ajuda a deixar o cabelo bem hidratado, assim como uma alimentação rica em proteínas, vitaminas e minerais;

8. Ao tomar o banho de sol, tente proteger os fios ao máximo. Pode ser com chapéu, turbante ou prendendo-o com elásticos que não puxem os fios ou danifiquem;

9. Use produtos com linha especial para o verão. Este tipo de produtos têm uma proteção especial para os fios. Não esqueça de usar pentes com dentes largos e de preferência em madeira, para o desembaraço dos fios sem danos;

10. Deixe o cabelo secar naturalmente. O uso de secador e difusor para secar os fios, afinal o calor agride muito os fios, sem contar o calor natural do verão. Se for usar, prefira o jato frio.

Confira este vídeo do programa Bem Estar com dicas especiais para o cuidado do cabelo no verão

Da química ao natural: o processo de transição capilar

A transição capilar consiste no processo de naturalização dos fios capilares, ou seja, desistir da aplicação de produtos químicos e técnicas para alisamento (ou relaxamento) e permitir o crescimento natural dos cabelos.

O primeiro passo para aceitar a transição é a paciência. Afinal, esperar o cabelo crescer e eliminar toda a parte da química (que por sinal está bastante danificada) exige muito de você. Quando optamos por alisar – ou quando optaram por nós -, muitas vezes não percebemos o quanto isto é agressor as nossas madeixas, que se torna um processo irreversível. Lembro-me quando ainda criança, das vezes que tive que cortar meu cabelo tamanho “joãozinho” porque o produto químico danificou a tal ponto que meu cabelo caiu todo e quebrou.

Testes coordenados pela química Inês Joekes, da Universidade de Campinas (Unicamp) mostraram que os produtos utilizados em nossos cabelos, como xampus, condicionadores, além de outras químicas danificam os fios e não promovem a recuperação. “Ainda que usados em baixas concentrações, esses compostos deformam de maneira irreversível a estrutura microscópica do cabelo”, explica trecho da matéria Fio a Fio publicada na Revista Pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Luana Souza alisava o cabelo desde muito jovem por iniciativa da família. Na escola era queria ser igual às coleguinhas de turma com os cabelos lisos, por isso continuou aprovando o alisamento. Porém, os produtos químicos causaram danos as madeixas de Luana e levou-a a ter que cortar os fios na altura do pescoço. “Eu não queria mais passar por isso. Adaptei, fiquei um ano sem química, até que há sete meses atrás teve um evento importante para minha família e me vi obrigada a relaxar o cabelo, para que o volume não incomodasse os olhos dos meus familiares. Mais uma vez, me senti infeliz com a decisão e hoje, após sete meses sem alisar, fiz o meu ultimo corte. Livre de químicas e valeu muito à pena”, fala Luana em seu depoimento ao blog Encrespando.

luana-souza-transicao-capilar

Para assumir o crespo não tem outro jeito: tem que deixar o cabelo da raiz crescer. “E enquanto isso, o que faço com meu cabelo?”. Enquanto isso os cuidados com o cabelo redobram. É preciso um intenso nos cuidados com a hidratação de nutrição dos fios, com produtos específicos para cabelos crespos e cacheados que podem ser encontrados no mercado. Como cada cabeça é um cabelo, cada produto se adéqua a um tipo de cabelo. Brevemente apresentarei resenhas de alguns produtos para que vocês possam acompanhar e experimentar. Hidratação associadas a óleos capilares ajudam a manter o brilho e maciez dos cachos/crespos.

“Não tenho quilos de produtos de cabelo, nem acho que isso seja necessário: uma escova de cerdas largas e firmes, um xampu, um condicionador e um creme de pentear; alguns óleos e manteigas vegetais e só”, diz a farmacêutica Monaliza Soares. Ela criou sua própria linha capilar e disse que a melhor solução que encontrou para manter os cabelos naturais foi a eliminação de sulfatos, silicones e derivados do petróleo – assunto que tratarei mais tarde.

Quando decidi assumir meu cabelo natural, vivi momentos terríveis, porque ele nunca ficava do jeito que eu queria. Uma parte cacheada, outra esticada. A solução que encontrei foi fazer penteados para disfarçar. Na época ainda não tinha descoberto o poder e elegância dos turbantes, que é um ótimo disfarce para este momento.

MonaBig chop, o que é isso?

Eu tenho que cortar? Eis a questão que muitas mulheres sofrem – principalmente as que têm cabelos longos e decidiram assumir o natural. Sim, chega um momento que é preciso cortar, mas quem vai decidir isto é você. O processo de corte é conhecido como Big Chop (BC), que traduzindo significa “grande corte” – é quando você corta parte danificada e/ou alisada/relaxada. Existem mulheres que nem esperam este crescimento, mas simplesmente passam a “máquina zero” e começam do zero literalmente. O corte se faz necessário, porque chega um momento que é preciso o cabelo crescer livremente e naturalmente… e aí é o momento da libertação! Quando você corta e se olha no espelho, a transformação é notável.

Monaliza optou por não esperar o cabelo natural crescer e fez o big chop total. Passou a máquina zero. “Tive um caminho tortuoso com a transição. Eu preferi cortar do zero, porque pra mim não deu certo isso de deixar uma parte encarapinhada e a outra alisada. Mas meu cabelo, mesmo virgem demorou para voltar a cachear”, falou. A solução que encontrou para retornar aos cachos foi muita umectação (falarei mais sobre) pré xampu.

Certa vez li uma frase que não me recordo a autoria, mas que dizia que quando você escolhe assumir seu cabelo natural, isso representa mais que um ato político, mas a opção de não massacrar mais o seu corpo.

Por que encrespar?

meninaUm belo dia acordei, olhei-me no espelho e disse: “Esta não sou eu”. Cabelos quimicamente alisados e um semblante triste, de uma mulher que não consegue enxergar sua identidade real. Após esta reflexão, sancionei: química nunca mais!

Enfrentei o processo de transição, que por sinal foi muito doloroso aparentemente, socialmente e psicologicamente. Mas resisti e estou aqui para fazer com que mulheres e homens consigam se libertar das amarras do padrão europeu de beleza e assuma a sua identidade afro.

Encrespar para se aceitar, para diferenciar e ousar. Encrespar para resistir, vencer e lutar. Encrespar para arrasar. Nosso crespo é lindo, ENCRESPE-SE também!