Porque optei por usar cosméticos e produtos naturais no cabelo

Há cerca de dez anos mantenho meu cabelo natural, livre de químicas que modifiquem a fibra capilar e textura, como alisantes. Nesse processo de transição descobri como ele é e quais melhores formas de deixá-lo bonito e saudável.

Quando iniciei, poucas linhas de produtos da indústria de cosméticos eram direcionados a cabelos crespos/cacheados e a internet foi como um laboratório em que aprendi receitinhas e técnicas (principalmente naturais). Hoje virou um fenômeno e as grandes empresas viram que poderiam ganhar muito dinheiro incluindo a gente como público consumidor. Fico feliz com isso pois passei anos anos invisibilizada e hoje as crespas/cacheadas têm a opção desses produtos específicos que respeitam as particularidades que existem.

Para entender meu cabelo e o que e estava usando nele tive que estudar. Estudar a função do xampu, condicionador, creme de pentear, máscara de hidratação, óleo etc… Entender como cada produto funciona na estrutura capilar. Com isso descobri que a maioria deles contém substâncias químicas que não fazem muito bem a estrutura dos nossos fios.

Como os cosméticos podem fazer mal ao cabelo?

Uma das matérias que me ajudou a entender como essa associação produtos x cabelos funciona foi a da revista de divulgação científica Pesquisa FAPESP (julho/2007), feita pelo jornalista Ricardo Zoretto e intitulada “Fio a Fio: Testes revelam como cosméticos, em muitos casos, danificam o cabelo”. A matéria divulga testes realizados pela cientista Inés Joekes e sua equipe, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que mostram como esses produtos podem ser danosos a estrutura do cabelo.

O uso do xampu, por exemplo, pode destruir pequenas partículas que modificam a estrutura do cabelo. “O simples uso diário de xampu faz mais do que eliminar as partículas de sujeira, de poluição e o sebo do couro cabeludo que se acumula nos fios. Ele é tão eficiente que remove até mesmo pequenas partes do próprio fio, contribuindo para produzir danos microscópicos em sua estrutura, alterar a cor e torná-lo mais quebradiço, em especial nas pontas,” expõe o jornalista em seu texto. Os testes ainda apontam que a fricção que fazemos no uso do xampu no couro cabeludo é responsável por 90% dos danos à cutícula e é visível a olho nu através do que chamamos de “ponta dupla”.

Pensando em como esses produtos podem ser agressivos a estrutura dos cabelos cacheados que a Lorraine Massey, autora do best seller Curly Girls e da linha de produtos para cabelos Deva Curl, criou os conceitos No Poo e Low Poo, que tem como princípio a não utilização de xampus ou que não tenham em sua composição o sulfato de sódio, agente causador da espuma. Atualmente linhas de cosméticos industriais como a Lola ou a Yamá criaram fórmulas que atendem essas demandas que o cabelo crespo/cacheado, já que são mais ressecados devido a estrutura dos fios.

Pensando no que pode ser melhor para mim e meu corpo, decidi usar as duas técnicas na lavagem e diminuir o uso de produtos que tenham parabenos, óleo mineral, silicones industriais e sulfato.

Não preciso ter uma farmácia de produtos para cabelo

Até entender o que meu cabelo precisa para ficar saudável passei por vários processos e entre eles foi entender qual produto se adaptava melhor com meu tipo de cacho, por exemplo. Meu maior conflito foi enfrentar a ditadura dos cachos perfeitos e passar horas cuidando do cabelo para que ele fique super definido, sem frizz e volumoso! Cheguei a comprar muita coisa que no final virou lixo ou tornou-se desnecessária.

Quando engravidei decidi cortar meu cabelo curtinho e a partir daí minha relação com ele mudou por completo. Percebi que não precisava criar nenhum cronograma capilar ou técnica para deixar os cachos perfeitos. Meu cabelo era livre e eu também! Não precisava me tornar escrava de cosméticos e nem ter vários deles para me sentir bem e feliz com meu corpo, afinal cabelo é corpo.

babosa

Babosa é uma planta muito utilizada para fazer hidratações caseiras. (foto da internet)

Nessa transformação decidi tomar uma posição política em relação ao meu cabelo, que é buscar cada vez mais o uso de produtos e cosméticos naturais. Essa decisão veio naturalmente e associada a três princípios: resgate das práticas e tradições dos cuidados ancestrais de respeito com o corpo e a natureza; valorização e fortalecimento do empreendedorismo feminino (principalmente o negro); relação saudável e econômica com meu dinheiro.

Hoje digo que consegui ser fiel aos princípios e quando as pessoas me perguntam e pedem dicas do que usar no cabelo, eu sempre indico o que encontramos na natureza ou – minha relação de amor – os cosméticos da Ewé, feitos por Mona Soares, farmacêutica, fitoaromaterapeuta e artesã de cosméticos naturais.

Perceber as mudanças que o não uso de produtos industriais fizeram no meu cabelo demorou um certo tempo, mas hoje percebo que aquele esforço que eu fazia para mantê-lo hidratado não é mais necessário. Com o uso do xampu sólido, condicionador e um pouquinho de creme de pentear ou óleo de coco ele está lindo e sedoso. E gastando muito pouco (acredite!). Muitas vezes o mito de que produtos naturais ou feitos à mão são caros isentam as pessoas de se permitirem conhecer rotas alternativas, fora a influência que a mídia/publicidade tem sobre a gente. O post “Cosméticos naturais são caros?” do blog Herbalismo e Alquimia, de Mona Soares é maravilhoso e pode te ajudar a desmistificar o consumo de produtos artesanais.

Quais cosméticos para o cabelo eu uso?

Segue uma listinha do que uso e minha relação com cada produto:

  • Creme de cabelo mel e dendê da Ewé: deixa meu cabelo super hidratado e cheiroso e só uso ele apenas uma vez, após a lavagem. No dayafter sinto que ele tem brilho e maciez suficiente para não precisar de mais nada! Compro na loja virtual da Ewé
  • Óleo de coco natural: compro na feira livre de minha cidade do interior e uso tanto no cabelo após a lavagem (junto com o creme ou sem) e também no corpo substituindo o hidratante;
  • Babosa: uso a baba para hidratar o cabelo junto com a hidratação, acho sempre na feirinha;
  • Condicionador de Andiroba e Copaíba da Ewé: a melhor invenção de todos os tempos, porque muitas vezes uso somente ele pra lavar, pois serve como xampu e condicionador (2em1) e deixa meu cabelo super lindo e hidratado;
  • Creme de pentear Yamasterol (do amarelo): uso após lavagem ou as vezes quando o cabelo ta meio se graça, misturo com água e aplico nele seco;
  • Xampu sólido Ewé (castanha): É um sabonete, no início você pode achar estranho. Sinto meu couro cabeludo bem limpo e não espumam tanto. Na verdade já usei vários, esse é o mais atual. Meu cabelo só não se adaptou o xampu de coco, mas os outros me dei super bem. No blog da Ewé (clique aqui) tem dica de como lavar o cabelo com esse tipo de xampu;
  • Xampu, condicionador e máscara hidratante da Bio Extratus linha Pós-Progressiva: amo muito essa linha e meu cabelo se dá super bem. Não contém muitos produtos que são agressivos ao cabelo como parabenos e o sulfato.

Digo sempre que toda escolha – seja ela qual for – é política. Eu optei por começar por essa e tem feito muito bem, principalmente porque já foi replicada no meu filho que não usa nenhum sabonete industrial. Não quero que ninguém se sinta obrigado a seguir meu ritmo e nem condeno quem usa produtos industriais, mas acredito que é preciso mostrar que existem alternativas para tudo que se faz e consome.

Minha maternidade tem cor: mães negras na luta contra o racismo

“Depois de colocá-la em uma escola particular, em menos de um mês de aula, minha filha – na época com cinco anos – queria ser branca, ficava procurando qual parte de sua pele era branca”. Para Meires Barbosa, universitária, esse tem sido um dos maiores desafios da maternidade negra: o enfretamento ao racismo.

E ela tenta superá-lo mostrando a sua filha Sara, hoje com 8 anos, referenciais negras que vão da estética até aos produtos que consome. “Procuro sempre mostrar para ela que somos bonitas com nossos cabelos crespos. Falo o que passou com o nosso povo, procuro desenhos, brinquedos e livros relacionados à temática racial”, pontua.

Meires sofreu muito preconceito na infância e sua família até hoje não dialoga sobre racismo. Mas ela jurou que com sua filha seria diferente. Está pronta para lutar e “mostrar a beleza da cor, cabelo e traços negros sem abaixar a cabeça”.

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Ainda grávida, a mulher negra sofre o racismo institucional presente em muitas instituições públicas e privadas de saúde. Parir essa criança e passar por um enfrentamento diário. 

O desafio da maternidade negra que começa desde a gestação e passa pelo aborto com um tema central: o racismo. Desde o institucional, que nega o acesso a serviços de saúde, expõe a mulher negra a diversos tipos de violência obstétrica e não garante informações como aleitamento materno.

A redução da morte materna ainda é um desafio que não foi superado no país e as estatísticas mostram que as mulheres negras são maioria em óbitos. O Relatório Socioeconômico da Mulher – Ano 2014, elaborado pelo Governo Federal, comprovou que a população negra é a que mais morre por causas obstétricas (62,8% de mulheres negras x 35,6% das mulheres brancas).

Racismo na escola

Diante dos dados que mostram o alto índice de mortalidade, para a mulher negra que sobrevive a esse fato, criar seus filhos e filhas significa lutar contra o racismo na família, na rua e, principalmente, na escola; local de frequente reprodução dessa violência.

“Meu filho ganhou um tênis de marca e o colega da escola perguntou se era falsificado. No dia seguinte ele não queria mais calçá-lo. Eu disse que ele tinha que ir”, enfatizou Jadsiane dos Santos, diarista, mãe de três meninos e uma menina.

Para ela, o racismo vem junto com o fator social já que sua família é de baixa renda. Os filhos estudam em colégios particulares custeados de forma colaborativa entre a família, mas não podem participar de todos os projetos e são o tempo todo ironizados pelos colegas de classe.

Casos de racismo na escola vem ganhando repercussão porque muitas mães não silenciam mais. Umas acionam o Ministério Público – principalmente quando a escola minimiza e abafa os casos – ou conversam com a diretoria, expõem o problema, buscam alternativas e sugerem temas e atividades para dialogar em sala de aula, já que muitos professores e professoras não se sentem preparados.

Mães como Meires, que encontrou um caminho para conversar sobre racismo com a turma de sua filha: “Dei algumas indicações de literatura infantil e a professora desenvolveu um trabalho com toda a turma”.

O que podemos fazer por nossas crianças?

Eu sou mãe e sei que meu filho não estará blindado contra o racismo o tempo todo, mas preciso prepará-lo de alguma maneira. Para nós é importante estabelecer este papel de reconhecimento da identidade racial com as crianças e trabalhar o enfrentamento e fortalecimento.

Referenciais são importantes: livros que tragam personagens negros/negras em papéis principais, convívio com pessoas que valorizem a estética negra, frequentar ambientes em que os negros/negras estejam em uma posição de destaque, assistir programas de televisão e filmes que mostrem uma realidade contra-hegemônica e de protagonismo negro, o diálogo diário e palavras de fortalecimento, dentre outros. Precisamos buscar conhecer e contar a história a partir do nosso ponto de vista, tendo a consciência que é um trabalho contínuo.

Esses referenciais são importantes para nosso fortalecimento e reforça o laço da maternidade na luta pelo enfrentamento diário. Representatividade é importante!

Lorena Morais é mãe, negra e jornalista

   O texto original foi publicado no site Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/node/33471

Salvador recebe em novembro a Marcha do Empoderamento Crespo

A cidade de Salvador recebe pela primeira vez a Marcha do Empoderamento Crespo no dia 07 de novembro, sábado, a partir das 14h, no bairro do Campo Grande. Mais que um movimento estético, um ato político de autoafirmação negra, a marcha vai tomar as principais ruas do centro da capital baiana e finaliza na Praça Castro Alves.

Marcha_do_Empoderamento_Crespo_de_Salvador

A ideia surgiu a partir da Marcha do Orgulho Crespo, realizada no mês de julho na cidade de São Paulo. “Salientamos a importância da marcha em São Paulo e das demais que acontecerão em algumas cidades do Brasil, mas Salvador tem particularidades que exigem a contextualização da luta e da resistência cotidiana do povo negro”, pontuaram as jovens Lorena Lacerda e Naiara Gouveia, que através de um grupo de transição capilar na rede social resolveram se unir para criar também uma marcha na cidade Salvador.

Centralizada nas redes sociais, a comissão de organização do evento reúne estudantes, militantes, acadêmicas/os e pessoas interessadas na temática, formando um grupo misto composto majoritariamente por mulheres negras.

O evento, que tem por objetivo a construção de um referencial de valorização do corpo negro através da afirmação estética, cresceu e hoje conta com mais de 10.000 pessoas no grupo oficial da Marcha.

Pré-marcha

Para divulgar e fortalecer o movimento, estão acontecendo ações pré-marcha em diversos bairros e escolas da cidade. “Propomos as ações para o desenvolvimento de discussões dos aspectos estéticos, simbólicos e políticos relacionados ao cabelo, configurando uma rede de conhecimento, suporte e de pertencimento”, enfatiza as integrantes da comissão.

A agenda da programação está disponível na página oficial do movimento www.facebook.com/empoderamentocrespooficial ou através do e-mail marchadoempoderamentocrespo@gmail.com

A Marcha do Empoderamento Crespo de Salvador tem o apoio da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), NIZINGA Empreendedoras/es de Salvador, Movimento Negro Unificado (MNU), União dos Negros pela Igualdade (UNEGRO), Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM), Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR), Superintendência de Políticas para Mulheres (SPM), vice-prefeitura de Salvador, vereadores Silvio Humberto, Luiz Carlos Santos Lima (Suica) e Moisés Rocha, e deputados Bira Corôa (estadual) e Valmir Assunção (federal).

“Nenhum homem vai lhe querer com este cabelo”

Ouvi esta frase há cerca de oito anos, quando decidi passar por uma transição capilar e permiti o crescimento natural e livre do meu cabelo, sem qualquer tipo de alisamento. Para mim ouvir isso foi um choque. Choque porque me senti incapaz. Não podia fazer nada. Falar nada. Apenas calar. Não estava em minha casa. Os olhos encheram de lágrimas. Me senti frágil e feia.

Até hoje esta frase dói bem aqui dentro. Dói como uma faca cravada no peito. Talvez essa pessoa nem lembre o que me disse. Nem ligou se me ofendeu ou não. Nem se importou com minha escolha. Em todas as minhas oficinas Encrespando eu conto essa história. Eu falo essa frase. Falo porque sei que existem milhares de mulheres (e homens) que passaram pelo mesmo processo que eu. Que ouviram frases terríveis de negação de seu próprio cabelo. De negação do cabelo da negra, do negro, do pixaim, do crespo, do enroladinho, do carapina.

Lorena Morais Encrespando

Foto e make: Ni Mariah

 

Não sou feia com meu cabelo. Você não é feia com seu cabelo crespo. Você não é feio com seu black. Assumir seu cabelo natural é mais que moda. É assumir uma postura política e afirmar: “eu sou negra/negro, meu cabelo é crespo e eu amo ele assim”. É exigir respeito. É ter direito a escolha.
Com o tempo eu percebi que sou linda com meu cabelo. E aquela frase era tudo mentira. Na verdade aprendi que para um homem ou mulher me querer eu preciso antes de tudo ME QUERER. Então me quero TODOS OS DIAS. Quando acordo, me olho no espelho e digo: eu sou linda.

Após oito anos tenho a certeza que a melhor escolha que fiz foi deixar meu cabelo natural nascer. Enquanto aos homens… Queridinha/o, você que falou besteira, porque sou amada e amo por demais!
Você é linda. Você é lindo. Seu crespo é lindo. Ame e valorize.

Lorena Morais
Jornalista e Arte-educadora
Dezembro/2014

Tutorial de Turbante – Outubro Rosa

Olá encrespadas,

Este mês a Encrespando aderiu à campanha “Outubro Rosa” que conscientiza sobre a importância da prevenção do câncer de mama. Este é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o que mais leva brasileiras à morte, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima dessa idade sua incidência tende a crescer progressivamente. A principal causa das mortes é o diagnóstico tardio, por isso é recomendado que a partir dos 40 anos toda mulher faça periodicamente o exame de mamografia – oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Mesmo para quem ainda não tem a idade de incidência da doença é aconselhável fazer o autoexame e observar se existe alguma alteração nas mamas, como o aparecimento de caroços, vermelhidão, inchaço e até irritação na pele.

A Encrespando preparou um tutorial pensando nestas guerreiras que enfrentam a luta diária contra o câncer, sejam elas cabeludas ou não.

Ps.: Cabelo pode até representar muita coisa, porém o mais importante é o que carrega dentro de si. Mulheres, se toquem, se cuidem, se amem! A saúde vem em primeiro lugar!

Mais informações acessem: http://www.mulherconsciente.com.br/cancer-de-mama/

***

tutorial.outubro.rosa

1. Com o cabelo amarrado no estilo “afro puff”, peguei um tecido em malha que estica, tamanho 180x50cm;
2. Alinhei as pontas e coloquei sob a nuca;
3. Dei um nó na parte acima da testa;
4. Peguei uma das pontas e torci;
5. Enrolei em forma de espiral para formar o que chamamos de “flor”;
6. A ponta que sobrou coloquei por dentro da “flor”;
7. Repiti o processo com a outra ponta;
8. Ajustei o tecido à cabeça colocando as flores na lateral;
9. E assim meu jardim ficou florido!

Para você que fez BC, tem pouco cabelo ou não tem, esta amarração também serve. O segredo é cobrir a cabeça toda e montar suas flores, como na imagem abaixo:

tutorial.espiral

Gostaram? Monte seu jardim também e não esqueça de mandar o resultado para a fanpage:
fb.com/souencrespando

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Tutorial de Turbante Sofisticado

No final de semana tem aquela festa de família, jantar romântico, formatura ou um casamento para ir mas você não sabe mais o que fazer com seu cabelo ou quer uma produção diferente? O Encrespando preparou um novo tutorial fotográfico que traz uma amarração bem sofisticada e pode ser usada também em ocasiões mais formais.

Com esta coroa e a escolha de um tecido que destaque ainda mais sua beleza, seu look pode se transformar. Abaixo segue passo a passo descritivo da amarração.

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1. Pegue um tecido maleável. O tamanho depende do diâmetro da sua cabeça (sugestões de medidas: 70 x 180 cm ou 60 x 160 cm);

2. Coloque acima da sua cabeça, com os cabelos amarrados para trás, alinhando as pontas do tecido;

3. Puxe o tecido para a lateral, abaixo da orelha;

4. Cruze o tecido bem próximo a cabeça, apertando da melhor maneira;

5. Vá fazendo uma trança de dois e ajustando;

6. Trance até chegar ao final do tecido;

7. Puxe o tecido para trás – na nuca -, segure o início do trançado;

8. E vá passando pela altura da cabeça, como uma tiara;

9. Com as mãos ajuste a amarração;

10. Coloque a ponta que sobrou por dentro da amarração e…

11. A produção está pronta!

12. O detalhe cruzado da amarração dá um ar chique e sofisticado.

Gostaram? Você pode também readaptar a mesma amarração para outros estilos, como por exemplo com o cabelo amostra, veja nos exemplos abaixo.

turbantes-encrespando

Você também pode, ao invés de cruzar, torcer o tecido, como nas imagens abaixo. E, sim! Homens também podem usar esta amarração, ficam lindos!

turbantes-encrespando-fotos

 Agora é a sua vez! Não esqueça de mandar o resultado para a página Encrespando na rede social.

 

Créditos:

Fotos: Debora Melo

Edição: Lorena Morais

Modelos: Lorena Morais e Debora Melo

Produtos Utilizados:

Turbantes Encrespando

Máscara de Intenso Volume para cílios Super Shock Avon Cor Preta

Base HD Studio Foundation NYX cor 08 (Loja Herdeira da Beleza)

Corretivo Complete Coverage Concealer NYX (Loja Herdeira da Beleza)

Batom Soft Matte LipCream NYX Cor Antwerp (Loja Herdeira da Beleza)

 

Beijos encrespados!

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Tutorial Turbante Flor

Olá minhas crespinhas!

E aí, já preparam o look de carnaval? Como prometido, um tutorial do turbante flor, para você ser o centro das atenções e divar nos melhores dias da folia. É uma amarração bem simples e prática, que pode ser feita com um tecido bem maleável.  Segue abaixo o passo a passo explicativo:

turbante_flor_encrespando

1. Pegue um tecido grande e maleável. Dica: O meu é em algodão nas dimensões 180cmx70cm;

2. Dobre o tecido ao meio para o resultado ser melhor;

3. Ajuste-o na cabeça de uma forma que as pontas fiquem simétricas;

4. Dê um nó;

5. Cruze o tecido como se fosse uma trança de dois;

6. Cruze e ajuste, apertando-o;

7. Faça a trança de dois até o final;

8. Coloque o dedo no centro e vá ajustando a trança de forma circular;

9. A medida que for dando a volta no tecido, a flor vai se formando;

10. Ao final, coloque a ponta que sobrou entre por dentro do tecido;

11. Pronto, o turbante flor ficou pronto para você arrasar!

12. Detalhe da amarração.

A amarração pode ser feita em outros formatos e para todos os tipos de cabelo, basta usar a imaginação, veja imagens abaixo:

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Tássio Santos do blog Herdeira da Beleza deu uma ajuda e gravou o passo a passo em um vídeo bem rápido. Ele também fala sobre maquiagem no carnaval para diferentes tons de pele que eu participei – clique aqui. A modelo Adriele, que está na primeia foto acima  (à esquerda) usou um turbante Encrespando.

Viram como é fácil? Então mãos à obra. Quem conseguir fazer não esquece mandar a foto para a página Encrespando no facebook.

Produto utilizado: Batom Avon Cereja Intenso

Beijos encrespados! ;*

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Tutorial de amarração de turbante

O blog Encrespando tem por intuito valorizar a identidade do cabelo crespo/afro. A ideia surgiu a partir dos tutoriais que ensinei em meu facebook, que fizeram muito sucesso. A partir daí criei a página com o intuito de divulgar tudo referente ao universo do cabelo crespo. Como os turbantes também fazem parte deste universo e muita gente pede dicas de amarrações, o blog se propõe a também divulgar passo a passo de amarrações.

Confira o mais novo tutorial, para que nas festas de final de ano você possa arrasar. E ainda curtir o verão e proteger seus fios capilares.

tutorial_turbante_3_lorenamorais

Clique na imagem para ampliar.

Veja o passo a passo explicativo:

1. Pegue um tecido leve e maleável, nas dimensões 150x50cm. Se seu cabelo é grande, prenda-o na altura da cabeça, para ajudar na finalização;

amarração_turbante_lorenamorais

Amarração feita com tecido em cetim.

2. Coloque o turbante na cabeça e alinhe o tecido de forma que as pontas fiquem iguais;

3. Amarre o tecido na lateral. As pontas devem ficar para cima e para baixo;

4. Dê uma volta de 360º no tecido;

5. Após a volta ajeite ele na cabeça e jogue as pontas para trás;

6. Jogue as pontas que sobraram do tecido para trás;

7. E as cruze;

8. Ajuste as pontas que sobraram por dentro do tecido;

9. Amarração na lateral;

10. Região traseira da amarração;

11. Região frontal;

12. Detalhe da amarração.

 

Curtiram? Compartilhem esta ideia!

Quando ser negra vai além de uma questão de pele…

Cachoeira, setembro de 2013

O racismo me calou durante anos. Calou-me através da timidez, da baixa autoestima, dos cabelos alisados ou do ferro no cabelo na beira do fogão, calou-me através das roupas, das bonecas brancas de bocas rosadas e barbies louras. Calou minha inteligência, minha coragem e meus desejos. O racismo não deixou ver minha beleza durante anos, escondeu meu sorriso, não me deixou ser doutora, nem atriz ou modelo, me fez não querer tentar ir às bancadas ou reportagens do telejornal, me fez acreditar que sou incapaz, ou “burra” e feia.

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Lorena Morais. (Foto: Arquivo Pessoal)

O racismo me fez durante anos enxergar um cabelo ruim, me fez chorar, odiar minha pele e meu nariz, fez me esconder no fundo da sala de aula, não querer namorar, fugir dos homens e acreditar que “aquele olhar não era pra mim” ou que eu não seria pra casar. O racismo me fez acreditar que nunca vou conseguir e que aquele palco não me pertence. O racismo trouxe-me tanta dor, tantas lágrimas que hoje são transformadas em uma única palavra: RESISTÊNCIA!

Ao acordar enfrento o racismo cruel no trabalho, na rua e na escola. Enfrento o racismo do olhar, o verbal, imaginário e disfarçado. Enfrento o racismo em uma cidade negra que carrega uma cultura do preconceito, do cabelo liso, da sexualidade da negra, roupas “da moda” e uma cidade que diz que “seu lugar não é aqui, sua neguinha” e que “candomblé é coisa do diabo”.

Sou negra, jornalista, agente comunitária de saúde, soterocachoeirana, amo o meu cabelo crespo, meu nariz, sou linda e me visto como eu amo, adoro turbantes, samba de roda, faço capoeira e para mim ser negra é muito mais do que uma questão de pele. Todos e todas somos iguais, mas só quem é negro/negra sente a dor da chibata nas costas. Chorar não alivia a dor. Enxuga essas lagrimas, levanta e vamos a luta!

RESISTA, NEGRO! RESISTA, NEGRA!